Favoritos

TEDTalks: Rives

Tenho pensado, e relutado, um pouco sobre postar vídeos aqui no blog. Ainda acho que o texto tem uma relação mais democrático com o leitor. Exige a sua participação, ao mesmo tempo que permite que, num passar de olhos, ele possa decidir engajar-se ou não na leitura efetiva da coisa.

Mas este videozinho (tem apenas 3 minutos) é ótimo para falar do TED Talks, uma excelente dica de Camilo. Também é mais próximo da temática deste blog, enquanto as demais apresentações são um pouco mais tecnológicas. Confiram.

Three minutes of fast-paced, whip-smart wordsmithing from spoken-word artist Rives, who has some unconventional ideas about how the Internet should be run. By turn provocative, touching and flat-out hilarious, Rives is one of the most original talents on the spoken-word scene. He’s a gutsy poet who constantly pushes the limits of the genre: striving to reinvent the form, and find new contexts to make poetry relevant. Rives originally trained as an engineer, and he writes pop-up books for children on the side. (Recorded November 2006 in New York, NY. Duration: 4:15)

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As coisas: olhar outro

Ele passa e olha através do vidro. Sei que me deseja. Nada o impede. Em 5 minutos poderia estar em seus olhos. Em 5 minutos poderia suavizar o mundo para ele. Mas não, ele prefere seguir. Prefere ? O que o amarra ? Por que deixa o sol franzir sua testa ?

Já quase vai, mas me olha. Se me tens, de mim se esquece, me torna satélite do seu ser. Mantido por uma atração invisível. Alguns movimentos se imprimem e ficam e repetem-se mesmo na minha momentânea ausência.

Mas num instante, fujo, num ciúme de outra atenção, num lapso bêbado, numa alegria que o leva a outro lugar, deixada para trás, recuso-me a gritar.

Assim, não mais estaremos juntos. Esta escolha nunca será minha. Se vai nada faço, se volta aceito.

Mas, nesta ausência, ganho importância, pouco se importa comigo, mas como pude escapa-lo, que deficiência sua não o deixou manter domínio sobre a mais inerte das coisas, como deixou fugir quem tem pernas para prender ? Como salvar o mundo se nisto não se conserta ? Como ter outras sabendo que um dia irá também perde-las, a mim, de novo.

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Blogging on demand

Este é o primeiro texto deste blog que é feito sob encomenda. Gostaria de gastar todo ele falando sobre a beleza de textos feitos sob encomenda. Mas se o fizesse, não atenderia o pedido. Ainda volto ao assunto, talvez, quem sabe, um dia, mas não me despeço sem antes mencionar a beleza de Luiza, de Jobim, feita a pedido da Rede Globo.


Estou no segundo parágrafo e, para desespero de Camilo, o “cliente”, ainda não falei da importância de falar inglês. Mas a questão é clara, é tiro certo sobre qualquer aspecto que se analise:

Aprenda, fale, comunique-se e escreva em inglês. Já. Ontem.

Não dispondo de uma teoria unificadora ou de uma prosa capaz de juntar diversos aspectos, ou ainda de belos casos ou causos ilustrativos dos meus pontos de vista, troco estilo por clareza e defendo cada ponto separadamente. Leia os que lhe apetecerem.

Não existe vida na academia sem inglês – As principais conferências brasileiras, repito brasileiras, pelo menos em TI, aceitam artigos em inglês. Algumas delas só aceitam artigos e apresentações em inglês. Não preciso nem dizer que o material de ponta, seja ele feito nos EUA, Reino Unido ou na China está em inglês.

Treine a fala também. No último congresso que fui, aqui no Brasil, as apresentações eram necessariamente em inglês. No entanto, alguns palestrantes eram péssimos. Tenho certeza que só os entendia por eu ser brasileiro e estar acostumado com brasileiros falando inglês. Eu não entendia nada quando eram os mexicanos ou argentinos falando inglês (com exceções, entre representantes de todas as nacionalidades). Tenho certeza que os convidados estrangeiros não entendiam nada também. Mas é um começo.

É uma vantagem competitiva – Por enquanto. Se você está no mercado ou na academia, falar a língua do outro, além da obvia ampliação da sua área de atuação, reduz a possibilidade de erros e aumenta a sua produtividade. Já há espaço suficiente, no que quer que você faça, para cometer erros colossais. A língua desconhecida só potencializa.

Você pode não ser o mais rápido da turma, o mais brilhante, mas se você domina a língua do outro, pode ser a melhor opção. Não sou bom como Lulinha Paz & Amor nestas analogias de boleiros, mas o capitão do time não é o que mais faz gol, mas o que melhor se comunica.

Contatos facilitados – Conto aqui dois casos, facilmente transpostos para outros contextos. Resolvi, meio que do nada, aprender francês. Talvez tenha contado o fato de que cada vez mais gente fala inglês e o meu domínio da língua de Shakespeare já não basta pra garantir meu posto de melhorzinho entre as pessoas. Mas o fato é que, meu pouco conhecimento do francês foi o suficiente para causar uma boa impressão em um professor francês e garantir minha aceitação em um programa de doutorado na França.

Não defendo que o mérito foi exclusivo da minha [pobre] capacidade de jogar conversa fora na língua de Balzac, mas ajudou na transmissão das minhas idéias, e, sobretudo, mostrou minha boa vontade para com sua cultura, país etc e com a intenção de aprender.

Noutra ocasião, num congresso, o conferencista convidado ficava muita vezes só, no coffee break, disponível. Fui lá e fiz o contato. Aprendi muito e tenho mais alguém a quem consultar.

Rapport – Agora repito o tópico anterior para os adeptos da programação neurolingüística. Nela, é importante transmitir a mensagem no meio preferido pelo freguês, seja ele visual, cinestésico etc. É crença minha que para falantes de outras línguas, isto passa pelo uso da língua do outro.

O inglês não é mais a língua dos americanos – e nem a língua dos súditos da Rainha. Lingüistas já detectam influências no inglês vinda de falantes de outros países, que a utilizam, muitas vezes, como interface entre dois outros idiomas. É por ela que converso com um amigo alemão.

Se é bom para a Alemanha… – E falando em Alemanha, ainda que Caetano advogue que só é possível filosofar em Alemão, diversas universidades alemãs já oferecem cursos superiores parcialmente ou mesmo integralmente em inglês. Isto faz parte de um esforço do governo para atrair alunos estrangeiros. Para muitos destes cursos há disponibilidade de bolsa. Para os interessados, o governo financia cursos de alemão, mas o inglês é mais uma porta de entrada.

Serviços em inglês no Brasil – Como Camilo já demonstrou lá na sua esfera, há espaço para a prestação de serviços para o exterior, e não falamos, nem ele, nem eu, da indústria do turismo. Confiram os argumentos dele.

É bom para você – Sei que “É bom para você” é o supra-sumo da auto-ajuda, que fique claro que o que digo vale no contexto da minha experiência. Se 10% servir para você, estou no lucro. Mas acompanhando meu próprio aprendizado, acho que aprender outra língua é o Biotônico Fontoura, ou Viagra, para ser mais moderno, do cérebro: fortalece o raciocínio, expande horizontes, culturais ou de soluções. Aprender uma nova língua é necessariamente ver que As Coisas® podem ser diferentes. As diversas formas de aprendizado usualmente incluem contato com elementos da outra cultura. Por fim, acredito também que o próprio domínio do português seja beneficiado. Ver como são as estruturas e estratégias de outra língua facilita o reconhecimento das belas estruturas e estratégias do nosso bom, e nem tão velho, português.

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As Coisas: Caminhos

Aqui me puseram, não de maneira pensada ou premeditada. Aqui estou porque lá não servia. E lá estava desde sempre. Tudo mudou e aqui permaneci.
Por capricho, preferia estar um pouco mais à frente, um pouco mais cheio de luz, um pouco mais no fluxo das gentes.

Capricho, pois aquele que não firma sua posição, é expelido da luz e do fluxo, lenta e inexoravelmente às sombras.

Mas nem todos seguem os caminhos traçados. E foi assim que ela pisou em mim. Não reagi, mantive-me inerte à pressão. Meu chão cedeu um pouco, ferindo-se para acomodar a minha resistência ao mudar.


Sentindo, voltou ao caminho, mas não a mesma. Seu corpo espelhava o seu contato comigo. Não fora direto, ainda que me apresente nú para a vida, ela cerca-se de camadas. Ainda assim, este contato lembrava nela a existência de algo. O inerte lembrando da existência da carne. O inchaço reclamando sangue. O esquecido posto em vida pelo imóvel. Primeiro passo que deu para dar adeus a si e começar a viver.

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O fim das ditaduras

No artigo “Democracia, evolução e teoria do caos” da Revista Ciência Hoje, Prof. Alneu do ICMC-USP e seus colegas usam algumas técnicas de algum modo relacionadas à computação para defender a democracia, em função da diversidade que ela proporciona. Esta diversidade seria fundamental para a sobrevivência de sistemas complexos, como são os países.

Pensando no longo prazo, como fazem os autores, podemos enxergar uma ditadura sempre chegando ao fim dada a sua relação de dependência a um ambiente de baixa diversidade. Numa ditadura, a opinião divergente é indesejada e perseguida, pois representa, no curto prazo, uma ameaça ao Status Quo.

Acontece que, estando os autores do artigo corretos, a diversidade presente nestas opiniões divergentes, podem vir a ser as necessárias à sobrevivência do sistema quando as condições mudarem, e elas mudam.

Pode-se imaginar um cenário em que um regime cada vez mais frágil às variações do ambiente, resolva recorrer ainda mais à repressão, diminuido ainda mais a sua capacidade de reagir ao novo e aumentando ainda mais a sua sanha por calar as vozes discordantes. Nesta espiral descendente, o líder isola-se num mundo cada vez mais fechado, irreal e difícil de manter. Este processo, como eu o enxergo, está magnificamente retratado no filme A Queda, sobre os últimos dias de Hitler, no bunker de Berlim.

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Quando o morno não resolve

Tudo que um autor de livros de auto-ajuda não quer que você saiba é a regra de ouro das frases de efeito:

nenhuma regra funciona o tempo todo, nem esta

Pra quem gosta de lógica, por traz disto está o teorema da incompletude de Gödel, resumidamente: Se um sistema é consistente, é incompleto, se é completo, é inconsistente.

No mundo das citações, gosto quando encontro belos exemplos de maravilhosas frases que nos levam a direções opostas. Enquanto Nietzsche me fornece “tu, e só tu, podes construir as pontes pelas quais deves passar”, outros autores atacam com variações de “só um idiota aprende pela experiência, os espertos aprendem pelos erros dos outros”. A beleza está no contexto, na sua identificação e na aplicação, nenhuma regra funciona o tempo todo.

Nem mesmo Buda escapa da bela crueldade de Gödel: A sabedoria está no caminho do meio. Não quero café morno e cerveja menos ainda. O radicalismo, o full commitment que os norte americanos tanto gostam pode ser a unica opção.

Na questão das drogas no Brasil, um torto caminho do meio nos coloca no pior dos mundos: A Lei 7134 aprovada pelo Senado em 2004, determina o fim da pena de prisão para usuários e dependentes de drogas. Ou seja, liberamos a demanda e tentamos lutar contra a oferta. Como disse o Presidente Jed Bartlet: Estamos financiando ambos os lados da guerra.

Aqui, são soluções melhores tanto o chá quente quanto o chá gelado. Se você acredita em Prêmios Nobel em Economia, deve defender a legalização das drogas, confiando nos seus cálculos de que o tratamento dos abusos e danos à saúde serão muito mais baratos que os gastos correntes em repressão, além de facilitar o acesso ao usuário e disciplinar o comércio. Se no entanto, sua praia é a proibição, que ela valha para todos e que seja cruel com o consumidor, estancando assim a fonte de recursos para o comércio ilegal.

Uma discussão da questão do ponto de vista econômico pode ser encontrada no livro Freakonomics: o Lado Oculto e Inesperado de Tudo que nos Afeta (STEVEN D. LEVITT e STEPHEN J. DUBNER ), atualmente na minha fila de livros a espera de serem lidos.

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As coisas – Jorge Luis Borges

A bengala, as moedas, o chaveiro,
A dócil fechadura, as tardias
Notas que não lerão os poucos dias
Que me restam, os naipes e o tabuleiro.
Um livro e em suas páginas a seca
Violeta, monumento de uma tarde
Sem dúvida inesquecível e já esquecida,
O rubro espelho ocidental em que arde
Uma ilusória aurora. Quantas coisas,
Limas, umbrais, atlas, taças, cravos,
Nos servem como tácitos escravos,
Cegas e estranhamente sigilosas!
Durarão para além de nosso esquecimento;
Nunca saberão que nos fomos num momento.

versão original: aqui
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Discurso de Formatura

Estas semanas ando envolvido com a produção de textos ( além deste blog ). Lembrei que o meu discurso de formatura da graduação não estava mais online. Deve ser o meu texto de maior repercussão. Enquanto ele esteve online, a cada fim de semestre, eu recebia um ou dois emails pedindo ajuda na escrita de discursos de formatura.

Coloco ele aqui para que desfrute das rotinas de backup do Blogger.

Veja também: Discurso Mestrado

Discurso de Formatura – Graduação Análise de Sistemas – UNIFACS – 1995

Boa noite, Vou fazer uma pergunta, uma pergunta que poderia até ser considerada pouco apropriada para a ocasião. Na verdade, espero que não me arrependa em faze-la :

Por que estamos aqui, esta noite ?

Por que as senhoras estão usando, em sua maioria, sapatos de saltos altos, belos, porém desconfortáveis. E boa parte dos senhores, gravatas que apertam o pescoço de todos. Por que eu, e meus colegas, antes de faculdade e agora de profissão, vestimos estas roupas complicadas,
embora muitos de nós preferíssemos estar usando confortáveis bermudas, por quê ?

Mais ainda, por que minhas colegas, delicadamente discutiram, sem nenhuma exaltação, qual a cor da roupa que usariam neste evento ?

Por que enfrentamos um bom engarrafamento na hora da chegada ?

Todos estes sacrifícios para quê ?

Para a graduação de profissionais que não foram responsáveis por alimentar a raça humana ? Nós, analistas de sistemas, não alimentamos os nossos semelhantes, durante secas, invernos rigorosos ou mesmo guerras. Nós não descobrimos como plantar alimentos ou tratar animais, ou curar suas doenças, como fazem os agrônomos ou os veterinários. Sempre preocupados em como fornecer alimentos para uma população mundial cada vez maior. Nós também não construímos casas, pontes ou estradas. O produto do nosso trabalho não é algo palpável como o produto do trabalho de engenheiros e arquitetos. Não construímos casas que nos protegem do
tempo e de nós mesmos. Não construímos as casas que moldaram a nossa sociedade e a forma como nos relacionamos. A sociedade feudal não seria a mesma sem os castelos, assim como a nossa sociedade e nossas famílias não seriam as mesmas sem as nossas casas. Não construímos pontes que unem, ou separam povos. Pontes que juntaram cidades como em Buda e Peste
e separaram famílias quando destruídas. Não fizemos as estradas que moldaram impérios e economias. O império romano expandiu-se com estradas. Com elas, os romanos podiam movimentar exércitos e produtos, podendo, assim controlar desde a península ibérica até o Egito. Não salvamos vidas, não combatemos doenças. Não estivemos presentes quando o
homem luto contra pestes ou desenvolveu técnicas de cirurgia, que permitem, até, que sejamos mais bonitos. Não temos a satisfação dos obstetras de trazer novas vidas a este mundo ou de fazer bater um coração de alguém já falecido no peito de outra pessoa. Até criamos vírus. Talvez numa tentativa de também criar algo vivo.

Por outro lado, se não estivemos em quase todas as situações críticas da história da humanidade, não consigo imaginar muitos exemplos de eventos que não contarão com a nossa participação ou ajuda daqui para diante. É difícil imaginar o trabalho de qualquer um destes
profissionais, no mundo atual, sem a ajuda de computadores. E o nosso trabalho é justamente fazer com que pessoas e computadores trabalhem juntos, fazer com que estes tornem possíveis os objetivos daqueles. Se não produzimos alimentos, a informática já está em boa parte das
fazendas. Se não construímos casas, pontes e estradas, também moldamos a sociedade. Hoje, a Internet está trazendo o mundo para as nossas casas, destruindo paredes e ligando pessoas a distâncias que um engenheiro certamente se recusaria a construir uma ponte. Se o império romano foi construído graças ao seu domínio sobre os meios de transporte e as
estradas. Hoje, as superpotências são construídas com capacidade de movimentar informações, a matéria-prima do nosso trabalho. O mundo pós guerra fria, com certeza será conhecido como era da informação e nós seremos os seus engenheiros. Não salvamos vidas, mas trabalhamos em
conjunto com médicos, seja coletando dados estatísticos, seja, através do uso de inteligência artificial, criando sistemas especialistas capazes de substituir, em alguns casos, médicos reais. Bem, e os vírus que nós criamos, não matam ninguém.

Mas se hoje todos sabem e usam computadores, por que precisamos de analistas de sistemas ?

Se computadores são tão simples de usar, por que passar quatro anos em uma faculdade ?

Por que estudar matérias como Pesquisa Operacional, Contabilidade ou computador e sociedade, entre outras ?

Por que deixar de divertir-se e ter que fazer centenas trabalhos em grupo ? Muitas vezes perdendo todo o fim-de-semana ?

Por que todos nós fizemos estágio, mesmo que nosso currículo não exija ?

Por que buscamos e recebemos, por tantas vezes, o apoio de nossos pais ?

Por que nós reunirmos tantas vezes ? Foram tantas a reuniões que até inauguração de sofá, nós fizemos. Por que estudamos assuntos tão díspares como realidade virtual e redes de computadores, passando até por qualidade total. Por que estudamos tudo isto se qualquer um pode usar um computador ? Por que saímos de nossas salas, limpas e ar condicionadas e fomos a instituições de caridade, extremamente carentes, oferecer nossos serviços, gratuitamente ?

Fizemos tudo isto, por que qualquer um pode receitar uma aspirina, mas eu não faria uma operação de apendicite com a minha vizinha, por exemplo. Qualquer um pode armar uma barraca de camping, mas com certeza, Itaipu não foi feita por qualquer um. Qualquer um pode ir a um tribunal de pequenas causas para questões que envolvem até 10 salários mínimos,
mas em qualquer causa acima deste valor ou que não seja estritamente financeira, com certeza, será necessária a ajuda de um advogado. Qualquer um pode editar um texto, instalar uma planilha ou desenvolver um programa, mas com certeza, não será qualquer um que pode desenvolver sistemas de informações, projetar redes de computadores, se preocupar com o impacto da informática numa organização ou na sociedade, administrar bancos de dados corporativos ou muitas outras funções que um bacharel em ciência da computação sabe execer. Se hoje qualquer um pode usar um computador é por que muito trabalho foi feito em informática, é porque existe gente pesquisando e trabalhando com computadores.

É estratégico para o nosso país, manter-se na liderança desta tecnológia. Liderança que só é possível com estudo e pesquisa de qualidade.

Não, não estou em nada arrependido de ter perguntado porque estamos aqui hoje, e muito menos estaria arrependido de ter feito o curso que fiz. Sinto-me, agora, como Colombo partindo do porto de Palos, triste por deixar a sua terra, mas pronto para construir um novo mundo. Pelo menos, sempre poderei ver a todos na internet.

Posted by Roberto de Pinho in Favoritos, Política e sociedade etc, Sucesso de Público, Verso e Prosa, 0 comments