Roberto de Pinho

vaga-lume

There comes always a time when we need to google it
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Nina !

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No Atlântico




Em algum lugar do Atlântico perdeu-se o meu anjo exterminador.

Indeciso entre o seguir ou o voltar, afogou-se em reflexão e,

em reflexo, no espelho que queria controlar.




O mundo que herdo não é feito de alegrias ou respostas prontas. Nele cabe a tristeza no olhar do menino e cabe o adulto, que parece lhe dizer, seja na mais terna demonstração de fragilidade, seja na mais violenta explosão de quem se encontra encurralado, “dá-me a mão”.

Mas nele cabe também a leveza de saber que não tenho a resposta, e que ela não existe. Neste novo mundo, me somo ao menino que chora e ao adulto que pede colo. Me somo àqueles, que por mais perdidos que estejam, lhe trazem alguma sabedoria e também aos que, em plena certeza, semeiam os desentendimentos. Navego entre a simplicidade que salva e a que engana, entre a complexidade necessária e a sem sentido.


Neste sereno mundo, neste difícil mundo, neste mundo revolto e complexo, estou pronto a abraçar tudo que tenho e carrego, tudo que encontrarei pela frente, toda a grandeza da sua vasta experiência e da sua bela diversidade, que em tanto a mim superam. Nele, as noites são mais iluminadas e o impensado não assusta tanto.


Neste amplo mundo cabe a não trivial possibilidade do andar de bicicleta sob a chuva.

E isto

basta para me

deixar feliz.

Arte de Ananda Nahu

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Countdown

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Certezas

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A instabilidade

Quando os ritmos da vida sao defindos: nascer, crescer, produzir, reproduzir, morrer

Quando o acaso eh cercado, o risco calculado

Ah sempre o caminho nao seguido, o sopro inesperado e Alanis no radio.

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Trampolim

Em tempos de eleição para prefeito, vejo o circular de mitos que cercam a eleição e que tentam direcionar os votos dos eleitores. Estórias implantadas na sociedade, verdades fabricadas que são argumento fácil a ser sacado pelo eleitores na justificativa do seu voto.

Como apontam diversos estudos científicos, em última instância todo processo de decisão tem a emoção como fator central. Desprovidos de emoção, somos fadados a prosseguir na análise, a insistir na busca de novos fatores, insatisfeitos com aquilo que foi ponderado até o momento. Isto não quer dizer, no entanto, que toda a análise cuidadosa é em vão, recaindo a dificuldade, como em muitos outros cenários, na escolha daquele caminho do meio entre a inação e a pura impulsividade.

Assim, é trabalho de toda a campanha circular aquelas estórias que forneçam a desculpa necessária ao voto, e que, preferencialmente evitem a análise mais cuidadosa que possa prejudicar o meu candidato.

Na minha cidade natal do São Salvador da Bahia de Todos os Santos, duas parecem ter especial relevância nestas eleições:

Uma é a do necessário apoio dos governos estaduais e federais para o desempenho do trabalho de prefeito. Implantando como grande competência nos tempos de ACM, o trabalho do avô fere agora as ambições do neto. É difícil para o novo ACM deixar para trás uma idéia cuja pior face foi concretamente observada pela população como resultado do ambiente hostil estabelecido entre o governo do estado e a prefeitura da capital, sob a tutela do velho ACM e da prefeita Lídice da Mata, respectivamente.
Sim, é possível cooperação civilizada entre visões políticas distintas em prol do bem comum, como parece ocorrer no Estado de São Paulo nas parcerias com o governo federal. Lá, no entanto, o debate político é mais maduro, tendo sido possível deixar para trás a política da vendeta, algo facilitado pelo ocaso do Malufismo. Mas em Salvador, com o carlismo ainda na briga pela eleição, é mais difícil apagar a idéia, ainda mais pelo grupo que foi o responsável pela sua disseminação e demonstração prática.

Outro mito frequente é o do trampolim político. A lógica é simples. Se o político se candidata a prefeito, mas tem olhos no governo do Estado, fará um bom governo para a cidade. A lógica é simples, mas falha. O seu governo buscará o melhor para a sua eleição futura e não necessariamente o melhor para a cidade. Um governo com olhos na próxima eleição privilegiará a publicidade, de resultado rápido em detrimento da educação, de resultado a longo prazo, longuíssimo quando lembramos que à prefeitura cabe o cuidado das crianças mais jovens. A comunicação, a percepção, têm, com muito maior frequencia do que seria desejável, maior impacto em uma eleição do que melhorias reais. O que vemos na TV, o que ouvimos no rádio, o que lemos no jornal, é comprovadamente capaz de nos dar a impressão de estamos mais seguros, mais bem educados e tratados, quando, de fato, tudo piora. Um candidato que vai estar “de passagem” pela cidade irá privilegiar o grande prédio público em detrimento da formação e valorização dos servidores públicos, dos processos duradouros de reestruturação administrativa. O foco na eleição estadual impedirá que interesses do interior do Estado sejam contrariados em defesa dos interesses da capital. Da mesma forma, as alianças formadas são aquelas que buscarão garantir os recursos necessários ao financiamento desta nova campanha. E estas, estando fora do alcance dos efeitos da administração local, precisam ser compradas a dinheiro.

Jaime Lerner, o gênio urbanístico feito prefeito de Curitiba, reconhecido e premiado nacional e internacionalmente, certa feita declarou que, sendo permitido pela lei, e assim desejado pelo povo, seria eterno prefeito de Curitiba. Talvez tenha sido este o segredo de seu sucesso.
Leitura recomendada: Duna, de Frank Herbert. Atenção especial às ações da Missionaria Protectiva das Bene Gesserit.

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