O que pode haver em um caminho que o permita transformar as pessoas ?
Quando Colombo deixou o porto de Palos e chegou ao novo mundo, sacramentou a impossibilidade do ser humano ir a qualquer parte por si só.
Ao juntar o mundo, Colombo quebrou a sua continuidade. Definiu Velho e Novo Mundos. Dois em um único planeta. Para atravessar de um mundo a outro eram, e pode-se dizer que ainda são necessárias imensas naus, ou naves, como queiram.
Quando entramos nessas naus, carros, aviões, entre outras, sumimos num ponto e aparecemos em outro sem entender o ser um só, sendo vários. Perdemos parte importante do processo.
Assim, um caminho é capaz de juntar novamento o mundo, torná-lo uno. Mostrar-nos que o mundo de Santo Amaro é o mesmo que o mundo de Conceição da Feira, o mundo do Catete é o mesmo que o mundo de Ipanema, que o mundo de França é o mesmo que o mundo de Espanha.
Este é o valor de Amir Klink remar o oceano. Costurando novamente Velho Mundo e Novo Mundo.
Este é o valor do Vagar, que reconstroi o único meio de transporte não nave, o único meio de transporte que não permite a alienação do caminho, cujo o meio é tão fim quanto a chegada : O Andar.
Mas nem só de meios vivem os fins. Quem Vaga desloca-se ou apenas movimenta-se. E para deslocar-se é necessário movimento e fim.
Originalmente publicado em 07/08/1999 19:06, Aqui.
Estive refletindo justamente sobre essa questao da descoberta do “novo” apos ver o belissimo O Novo Mundo de Terence Malick ha umas 2 semanas atras. Altamente recomendavel!
Eu vi quando saiu em DVD. Xinguei todos os meus antepassados por eu não ter ido ver no cinema. Ainda acho “Além da Linha Vermelha” insuperável, mas é também um poema.
Pensei nele quando estava cavando este post do passado. Cai bem com a discussão do(s) novo(s) mundo(s).