Neste esporte nacional que é assistir novelas, sempre me pareceram estranhos aqueles momentos “3 anos depois…” No entanto, alguns filmes também usam este tipo de expediente narrativo, mas neles, o uso não me parece pouco natural.
Para uma amiga, que me alertou para a questão, a vida é assim mesmo, com um tempo de mudar e um tempo de permanecer, com a breve tempestade entre longas calmarias, estas iguais em constância e duração, mas muitas vezes difentes na essência, transformada pela tormenta.
Mas se a vida é assim, por que estranhar a calmaria na novela ? Talvez, por mostrar muitas vidas, muitas estórias, o lapso de tempo na novela exige que todas elas cheguem e saiam da calmaria em sincronia. Num filme, a narrativa, via de regra, é uma só, sendo assim mais factível a pausa. Exceto, talvez num filme de Robert Altman.