Zona de conforto

but the other guy is hungry, while you try to find your perfect solution

Usei esta frase enquanto discutia acerca do programa Fome Zero. Tenho quase certeza que ouvi este argumento em algum lugar, não lembro onde. Mas a frase é boa, e, neste caso, mais importante ainda, verdade.

Posted by Roberto de Pinho

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Por outro lado, o custo (na mesma moeda) de uma solução “meia-boca”, ao longo do tempo, pode ser maior que o do período em que se procurava a melhor solução (não a “perfeita”, mas como identificar a “suficientemente melhor”? hummmm) .

Isso aqui é realmente um desafio para economistas, cientistas sociais e políticos. As grandes universidades européias e americanas deveriam mandar seus acadêmicos pra um “estágio” aqui.

Não sei se entedi direito o seu comentário. De qq forma, me suscitou um novo post. Em breve, num blog perto de vc 🙂

Você viu uma pesquisa, putz, agora não lembro onde, que as crianças de uma vizinhança pobre dos eua são efetivamente menos inteligentes (menos hábeis com constructos tais como matemática e linguagem) que as crianças de uma vizinhança classe média ou alta? E que, mesmo quando elas mudam de vida, sobem no status social, elas continuam tendo essa importante defasagem cognitiva?

Ou seja, os crimes que nós [sociedade] cometemos [ao negar boa educação para todos] perpetuam-se por toda a vida.

Gostaria de saber quem inventou essa história que EU (se esconder atrás da ‘sociedade’ é fácil) tenho que dar educação para quem quer que seja, que não o meu filho. Eu não tenho que nada. O comunismo não funcionou não foi por minha culpa. Sai pra lá!

Vou lhe contar uma história. Uma das inúmeras que tenho sobre o tema. Posso contar outras, s’il-vous-plaît.

Estava in need of uma faxineira. Desesperada atrás de uma faxineira. Pagaria qualquer salário para uma faxineira. Um amigo meu disse que uma ex-faineira dele tinha ligado *desesperada* para ele porque tinha perdido o emprego. Precisava de qualquer bico, qualquer coisa, pois não tinha como pagar as contas.

Ótimo, pensei. Ela me ajuda e eu ajudo ela. Entrei em contato, expliquei que moro aqui no centro da cidade, menos de duas quadras do metrô. Marquei com ela. Ela aceitou.

Ela veio? Não. Eu fiquei aqui esperando e ela não veio. Também não ligou comunicando qualquer mudança. Simplesmente, não apareceu.

Mas eu estava precisando muito de uma faxineira. Então liguei pra ela para marcar outro dia. Ela disse que não dava pra trabalhar pra mim porque era muito complicado chegar aqui. Eu expliquei que, além do salário, eu pagaria o transporte. Ela disse que não, porque teria que acordar cedo.

Ahm. Desempregada. Ahm. Não queria acordar cedo.

Ahm. E a culpa é minha porque meu pai é mais inteligente que ela (ele vem de uma família muito pobre e também passou fome) e se deu bem na vida, de forma que pôde me pagar boa educação.

Nah. Conta aquela de que Jesus morreu na cruz pra me salvar dos meus pecados.

(eu acredito na meritocracia e em darwin, btw)

Este seu comentário está tão sem razão, pra não dizer burro, que nem merece resposta.

apenas um ponto, de muitos sem sentido:

Associar a universalização da educação com comunismo é burrice, ignorância ou, pelo menos, desonestidade intelectual.

Alguns exemplos de países que investem em educação pública e gratuita, todos eles comunistas e fracassados:

Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Inglaterra, Holanda…

Eu poderia re-explicar meu comentário misunderstood. Mas aprendi que, numa discussão, quando uma parte começa a atribuir adjetivos pejorativos ao ponto de vista oposto, a tal ponto de achar que tal argumento é tão inferior ao seu que não merece nem resposta (sic!), esta pessoa ultrapassou o limite da discussão saudável e se fechou num ideal fanático qualquer (dos quais quero distância), tornando inviável qualquer argumentação ulterior.

Só me restaria, sem a opção de discordar, felicitá-lo pelas suas tão contundentes certezas. Deve ser muito bom e confortante ter assim, tão à mão, a fórmula para consertar um país inteirinho e seus milhões de habitantes. :o)

(pena que você, aparentemente, ignorou por completo o interessantíssimo exemplo que dei… achei que daria muito o que pensar.)

(aproveitando o ensejo político, eu também nunca entendi por que os comentários aqui são moderados/censurados… você é um tanto paradoxal, não?)

Este é um espaço público, mas não democrático, nunca foi. Pense como uma exposição : eu decido onde ficam as coisas, as pessoas podem entrar e conversar, mas se aparecer alguem com um “microsystem” tocando axé, eu não vou permitir.

Quanto ao seu exemplo, não consegui ver nada de válido.

A propósito, que a solução do Brasil é educação não é novidade para ninguém.

O “what” é sempre fácil, o difícil é o “how”.

Estou entrando de gaiato, mas so queria dizer uma coisa: a educacao nos EUA nao e publica e gratuita. Dizer isso e um certo arredondamento da verdade. Pode ser que nao faca diferenca, mas queria deixar o registro.

A educação básica ( até o high school – 12th grade ) é predominantemente pública e gratuita. As escolas particulares são permitidas. Em geral, estas escolas particulares estão associadas a uma religião, notadamente, a igreja católica.

As escola dos EUA onde cursei o “senior year” era pública, gratuita e melhor ( melhor infra, professores etc ) que a escola privada que frequentava no Brasil.

O ensino universitário é predominante pago, tanto em instituições públicas e privadas. No entanto, muitos estados fornecem grandes subsídios nas mensalidades das suas instituições para os residentes do estado. Por exemplo, o estado da Califórnia subsidia a mensalidade da Universidade da Califórnia ( Berkeley, UCLA etc ) tornando seu preço ridiculamente baixo ( para os padrões locais ). A Califórnia, além das universidades de ponta, subsidia também uma rede de “community colleges” para a formação de profissionais.

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