algumas coisas não se alteram

Ano passado fui a um casamento em Paris.

Foi o primeiro casamento que fui fora do Brasil.

Muitas coisas eram marcadamente diferentes:

Éramos, ao todo, em torno de 25 pessoas, contando com o fotógrafo. O último casamento que fui no Brasil tinha 6 pessoas apenas na equipe de vídeo e fotografia…

Todos chegaram a pé, ou de metrô, ou de ônibus. Não havia limosine ou SUV trazendo a noiva, como estamos acostumados a ver por aqui.

Ao terminar a cerimônia em uma das Mairies de Paris (espécie de prefeitura de bairro), o grupo saiu andando em conjunto sob a bela luz de um meio-dia cinzento de Paris.

Alguns poucos quarteirões depois, chegamos ao restaurante. Decorado e reservado inteiro para nós.

Lugar agradável, com comida incrível, e que eu já conhecia. Já que você tem que casar na Mairie do seu bairro, as coisas tendem a acontecer em lugares conhecidos, próximos de casa. No ano anterior, o casal havia nos convidado para jantar exatamente naquele restaurante.

E os 25 convidados foram suficientes para encher o lugar.

Não tinha música ao vivo, não tinha dança, não tinha, que eu me lembre, nada de música. Os únicos sons de que me recordo foram os de risadas e os de pessoas alegremente jogando conversa fora, e, de vez em quando, o pobre garçom tentando anunciar e nos descrever cada etapa da refeição.

E foram várias. Após inúmeras sequências de pratos, vinhos e bebidas, o almoço terminou e saímos todos ao mesmo tempo. E andamos juntos em direção aos nossos destinos. O grupo ia se dissolvendo aos poucos, à medida que chegávamos aos nossos pontos de partida: a estação de metrô, o ponto de ônibus, o caminho para a curta caminhada em direção à casa.

No entanto, ainda que diferente em ritual, algumas coisas não se alteram:

O amor, a alegria, o prazer de fazer parte de uma celebração da amizade e de testemunhar duas noivas podendo finalmente celebrar o seu amor.

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Posted by Roberto de Pinho