apideiti: O fim das ditaduras


José Carlos Gomes, co-autor do artigo “Democracia, evolução e teoria do caos” da Revista Ciência Hoje fez os comentários abaixo sobre o post “O fim das ditaduras“, aqui deste blog:

Então não são apenas críticas aos “neo-evolucionistas”, tem também gente que compreende o mais simples, o óbvio ululante: a sociedade humana está mais conectada com os processos naturais do que o iluminismo poderia prever. E nunca antes como agora (para usar a pedagogia lulista) vai ficando tão claro que a democracia é a chave para a sustentabilidade dos sistemas políticos, econômicos… e naturais.

Lembro então Norberto Bobbio: “Numa coisa a direita e a esquerda se unem: o ódio pela democracia.”

Claro, projetos iluminados e autoritários são anaeróbicos, não suportam os arejamento democrático e não resistem à luz do sol. É por isso que mesmo quando contam com amplo apoio popular, insistem em agir à sorrelfa, criar inimigos inexistentes, promover a conspiração, instigar o crime e a violência… e finalmente trair o povo que lhe foi fiel.
Não suportam o debate, não suportam a crítica, não suportam a
transparência, não acreditam na sabedoria do povo, têm horror à
alternância… a alternância é tratada como crime lesa majestade.

Mas a alternância é a respiração da democracia. Sem ela, a democracia
sufoca.

José Carlos Gomes

Posted by Roberto de Pinho

8 comments

Eu concordo mais ou menos (embora tenha lido apenas superficialmente). Acho que a ditadura será sempre fugaz sim, e tempestiva. Mas ela tem justamente a função de centrifugar uma solução aparentemente homogênea e separar o joio do trigo. Me parece um recurso extremo (e que por isso não deve ser definitivo) para revolucionar o status quo. Acho-as, portanto, tão necessárias e indispensáveis como a democracia e sou da opinião de que ambas se complementam e uma não viveria sem a outra. Basta a “ameaça de” para se conseguir progressos significativos.

Sim, o problema é que não raro elas se tornam (quase) definitivas, e se podem nascer como voz de anseio latente na população que não tinha como se pronunciar dentro das regras vigentes, muito rapidamente deixam de preocupar-se com os anseios originais e passam a pensar na sua própria manutenção.

Me parece que o benefício está muito mais na revolução ( o que seria no contexto do artigo original, algo como um multiple re-start das técnicas de inteligência artificial) do que na ditadura em sim.

Tô louca pra pegar um autor que o professor de Mercado de Capitais citou como fundamento do comportamento das bolsas, que fala sobre comportamento das massas. Eu vi estrelinhas de prazer com o que foi explicado na aula.

Mas, deturpando um pouco o assunto, por que você não faz um post sobre a ocupação da USP?

Não sei o que se passa nos bastidores.

Nem um palpite? Nem uma hipótese? Afinal de contas, as teses e dissertações não começam por hipóteses? :o)

Tenho o palpite de que nada pode ser explicado sem observar o que se passa nos bastidores.

Espero que você não pense assim na hora de estudar Cosmologia (especialmente no caso dos buracos negros). Rsrsrs.

Afinal, que seria da ciência se os cientistas tivessem tanto pudor de se aventurar em hipóteses? ;o)

Chega um momento na pesquisa que é preciso buscar fontes, referências e dados experimentais.

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