Por algum motivo, ao longo do show, vinham trechos de um texto, que reconheci mais tarde como sendo de Caetano :
Lembro com muito gosto o modo como ela se referia a ele. Pelo menos ela o fez uma vez e isso ficou marcado muito fundo, dizendo: caetano, venha ver o preto que você gosta. Isso de dizer o preto, sorrindo ternamente como ela o fazia, o fez, tinha, teve, tem, um sabor esquisito, que intensificava o encanto da arte e da personalidade do moço no vídeo.
Era como se se somasse àquilo que eu via e ouvia, uma outra graça, ou como se a confirmação da realidade daquela pessoa, dando-se assim na forma de uma benção, adensasse sua beleza.
Eu sentia a alegria por Gil existir, por ele ser preto, por ele ser ele, e por minha mãe saudar tudo isso de forma tão direta e tão transcendente. Era evidentemente um grande acontecimento a aparição dessa pessoa, e minha mãe festejava comigo a descoberta.” do livro “Verdade Tropical” de Caetano Veloso
Devo ter me identificado com alegria dele existir e a descoberta do que ele fez com a música.
O único ponto negativo do show, aqui em São Carlos, foi a profunda falta de educação de parte da platéia, que não parou de falar o tempo todo.
Certamente uma figura marcante com sua técnica do “tapping”. Eu diria que é um verdadeiro PIANISTA da guitarra. Não tive a oportunidade de assisti-lo ao vivo ainda, mas em todas as apresentações que vi pelo vídeo notei a poesia com que ele conduz as músicas e faz seus arranjos. Acho que o texto de Caetano caiu como uma luva para ilustrar o momento.
eu senti o mesmo com Bobby McFerrin cantando Blackbird.
(sobre os saocarlenses)
Oh, look at all that lonely people…