Havendo democracia, há esperança

Contrariando o que podíamos esperar sobre corrpução e eleição, a Revista Época desta semana dá destaque ao trabalho de Claudio Ferraz (IPEA) e Frederico Finan (University of California, Berkeley).

Com dados da CGU e da eleição de prefeitos, eles provam (i.e. há correlação estatistica) que o eleitor pune os políticos envolvidos em irregularidades. Mostram também que políticos em busca de reeleição ou de outros cargos tendem a ser menos corruptos. Defende-se também a tese de que o brasileiro é menos tolerante à corrupção que italianos, japoneses ou americanos.

Como cita a revista, a eleição de Collor e Maluf parecem contrariar os achados, mas, como também defende a revista, ambos concorreram a cargos de menor destaque que no passado.

Outros podem argumentar, no entanto, que a reeleição de Lula em meio a dossiês e mensalões invalida os achados. Pode ser, mas é importante lembrar que a eleição não foi um plebiscito, Lula ou não Lula, mas que havia um oponente não desprovido dos seus próprios esqueletos no armário e de um partido considerado pela população como responsável pelo sumiço do dinheiro da privatização.

O processo é lento, ainda há sobrevida de politicos corruptos, mas a evolução parece certa. No momento em que houver massa crítica, a coisa acelera.

Posted by Roberto de Pinho

Deixe um comentário